13 de nov. de 2009

ARTIGO PUBLICADO: Das reflexões que o humor provoca

De onde surgem as idéias?
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Platão dizia que nenhuma idéia surge do nada, que sempre existe uma idéia precedente. Isto é bastante óbvio, pois quando nascemos o palco já estava montado (Shakeaspeare). Porém, o problema reside justamente no "óbvio", ou seja, na dificuldade de se ver as coisas mais claras, mais ululantes.

Existe um mecanismo idiota em nosso cérebro que nos cega. Procurar ver o óbvio é uma arte a que me dedico faz tempo.

Este artigo, por exemplo, surgiu de uma agradável conversa intelectual que tive com meu amigo e colega de trabalho Yusley Neto. Assim surgem as idéias, a inspiração.

A vida é isto, nós é que somos hipnotizados por valores que não são nossos. Pensa a respeito!




Das reflexões que o humor provoca

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A coisa mais repugnante é conviver com quem não tem humor. Pior ainda é conviver com quem só tem ironia. Como dito pelo Cipolla: “Quando alguém faz ironia, ri dos outros. Quando faz humorismo, ri com os outros.” O Jô Soares já disse que o homem é o único animal capaz de rir de si mesmo. Concordo, pois os outros animais são meio-irracionais. Sou humorista, não palhaço sem circo, eis o que sou quando afirmo ser humorista. Já vi tanta coisa que acabei me filiando à turma que prefere o humor como linha de crítica. Não criticar para colocar defeito, mas para alertar, construir. Afinal, de que adianta falar tão sério se a maioria não sabe nem falar brincando? Mesclado ao humor surge a questão de ser inteligente e estúpido. O humor é uma forma inteligente de se fingir de estúpido. Ainda com Cipolla, é fascinante a sua distinção entre inteligente e estúpido. Diz ele que o inteligente sabe que o é, já o estúpido, todos nós sabemos, jura que é gênio. Da leitura de um personagem de Edgar Allan Poe, fiquei chocado quando ele disse que as pessoas inteligentes jogam damas. Grilei porque prefiro xadrez e achava isto um prazer inteligente. Logo em seguida Poe explica: no xadrez você prevê a jogada do adversário, já num jogo de damas isto não é possível. Daí, entendi: damas é um jogo estúpido e para conviver com o que é estúpido tem que ser inteligente. Aprofundando, pode-se trazer para o dia-a-dia, ou seja, conviver com gente inteligente acaba gerando uma zona de conforto em nosso cérebro. Porém, conviver com estúpido é um desafio diário, uma indignação constante. A desgraça é que o pacote do estúpido tem sempre como acessório a ironia. O estúpido ri de tudo e de todos, só não usa espelho. O irônico mais desprezível é aquele que ri por dentro e não mostra os dentes, franze a testa, faz olho de mira, vive de fofoquinhas e nunca imaginou que a base de sua plataforma de lançamento é onde está fixado. Aliás, nunca entendi: por que acha que vai ter sucesso o estúpido? Acho que, sem querer o querido, fui irônico agora. O reclamo se justifica porque vivemos num mundo cheio de armadilhas estrategicamente instaladas para afugentar os que se acham espertos, porém, tolos, mal sabem que são os mais imbecis.

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