11 de fev. de 2011

A força de um coice

Ensina ao burro a força de um coice e não se surpreenda se ele quiser testar esta força em você, afinal, trata-se de um asno. Os vaidosos, os fracos de espírito, perdem muito tempo quando alcançam o poder. Já vi esse filme várias vezes. Falta-lhes a sintonia com a realidade, os pés no chão. Viviam obstinados e quando alcançam o topo ainda terão de lidar com as fraquezas que lhes acompanhavam antes. Esta hora requer muita perícia, pois muitos se tornam Nero e, literalmente, incendeiam, matam queimados, os próprios aliados. De outro modo, seriam pessoas normais, comuns, medíocres, sonsas, bois de carro. O que nos move são os nossos desejos e ambições. Uns querem ser reis. Outros querem é tomar o seu lugar, o seu singelo posto. Há os que não querem é ter problema, dizem não querer nada, tudo lhes é coisa do destino, querem a paz e estão dispostos a pagar com as próprias vidas e de seus pares para não ter que mover uma palha. A ciranda da vida é assim: esta roda-gigante, uma espécie de roleta-russa tamanho godzila. Fato: não deixa a incompetência alheia se mesclar à sua. Você ensina o caminho, lista onde estão as pedras a serem desviadas, mostra os buracos, as armadilhas, profere palavras de motivação e, quando menos espera, a espada encontra a sua garganta. Os fracos não suportam ouvir a verdade por muito tempo. O cavalo não se importa de andar arreado o dia inteiro, ele só não quer ouvir prosopopéias. Se quer vencer na vida, cuide de seu avatar. Se lhe encorajei inúmeras vezes é porque sempre reconheci o seu valor e a sua força. Pois sei que a vida é um desafio constante e quando você se prepara, a luta diária, a realidade, é um doce passeio e não uma tormenta, arrependimento de muitos. Não tenha medo de querer e muito menos de sonhar, apenas cuide para estar apto a realizar seus sonhos. O que vem de graça pode ser muito perigoso. Identifique-se para você mesmo. Não adianta majorar valores que você não tem. É fato também: mesmo tendo algum valor, a sociedade costuma é reduzi-lo. Não banque, portanto, o palhaço, o bobo da roda, pois se você se gaba do que não é, ao dar as costas, as pessoas vão rir, achincalhar e fazer zoada. E, convenhamos, merecidamente. Aliás, esse tipo de gente que se gaba do que não é vive entre nós. Se olhar mais atentamente irá descobrir inúmeros casos de caveiras que posam o tempo inteiro fingindo ser algo que não são. Esses ditos-cujos são doentes mentais, possuem transtornos. Mentem tanto que acreditam na própria mentira. Vivem num mundo de fantasias e, muitas vezes, o melhor a fazer é manter distância, senão você acaba sendo avalista dessas mentiras, dessas pragas, ou, pior, acaba sendo vítima. Conheço figura que se diz amigo do cocheiro ao rei, mas nunca vi ninguém fazendo festa quando o vê. Mas suas estórias são verdadeiras epopéias. Narra já ter viajando na carruagem real. Mais que isto, diz ter salvado o rei inúmeras vezes de monstros de sete e dez cabeças. Fuja disto, a vida é outra coisa. Esses apaixonados só sabem falar de si. Ficam o tempo todo contando “suas” sagas da forma mais extensa possível. Querem chamar a atenção a qualquer custo. São chatos, arrogantes, mentirosos, vaidosos, inoportunos e, o mais tenso, são vazios completamente. Deles você só aprenderá uma coisa, conforme diz o ditado: quem anda com cão, sai cheio de pulgas. Voltando ao leito do rio. Talvez os outros não saibam o quanto lhe admiro e o quanto acredito em você. Talvez só viam quando eu lhe cobrava para agir. Daí, claro e fácil, tornei-me um algoz. E você, na sua fraqueza, não me defendeu, muito pelo contrário, “desabafou” e me culpou de tudo. Não vê os avanços que já conquistou. Não guardou a foto do ANTES e nem percebe esse DEPOIS que vive agora. É muito fácil descartar o veículo que lhe conduziu até aqui. Lembra-se: ao tolo só lhe resta invejar ou ser claque, que é a forma mais falsa de “admiração”. Jamais despreze a força do burro.

(Telefone tocou e perdi a linha do raciocínio, mas o grosso já foi dito. Talvez eu volte nesse quartel.)

NELCLIER, aquele que tem hora que pensa... piiiiii...

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