12 de ago. de 2010

Eu acredito no político

Talvez a prudência me diga para não escrever sobre política, uma vez que a própria política não se explica por si só, mas, mesmo sabendo destas conjecturas, ainda me arrisco. A cada dia que se passa, menos eu gosto de politicagem e mais eu me especializo em política. Quanto mais conheço do assunto, mais me previno, mais tenho cuidado. Já tive diversas experiências nesse setor e posso dizer que tive mais prejuízos que lucros. Lógico que o prejuízo foi o custo do aprendizado. Política é uma arte que se aprende na lida cotidiana. Além da curiosidade e da dedicação, há que se ter certo talento, um verdadeiro dom, pois lidar com pessoas não é fácil, ainda mais no setor político, que para mim junta os extremos da sociedade. De um lado temos os gênios, os aviões, os ricos; de outro, a classe maltrapilha, os desempregados, os puxa-sacos, os passa-fome, os aspones. Não digo que desta água não beberei, mas hoje, na realidade que vivo, eu não troco a minha privacidade, o meu anonimato, por candidatura, por amolação. A política tem destas coisas, muitas vezes é preciso ouvir um monte de ladainha travestida em reivindicações, para se apurar algo relevante. Infelizmente, o que mais há é gente que não tem o que fazer e vive atrás de político mendigando ou ameaçando favores. O segredo maior é que praticamente quase nada muda, nem o bolo e nem a receita. Mudam-se os agentes, mas a estrutura é tão grande que pouca coisa muda substancialmente, mantém o mesmo sabor. A sociedade vive sua correria, suas necessidades urgentes, porém, deveria conhecer e se inteirar mais dos assuntos políticos, ao invés de simplesmente condenar a classe. Dentre o joio, evidentemente, há excelentes políticos, que dedicam suas vidas pelo trabalho árduo que é remar contra a maré. Errado nem sempre é o que tem mandato, mas o tal do puxa-saco, aquele que vive por conta de fazer fofoca e espionagem, aquele maldito que arma, sabota, contamina, pois não trabalha e vive por conta de picuinhas. Estes são as formigas que pensam comandar o andado do elefante, incautos pensam apitar algo. Atentem-se, política é um jogo de cartas: o curinga de uma mão pode ser descarte da outra. Daí a importância de se ter humildade e investir na dedicação, no trabalho, na moral. Que as pessoas de bem, e não de bens, da política não se deixem infectar pelos dardos venenosos da escoria puxasaquista, pois construir uma nação depende de cada um de seus elementos, principalmente do político. Que a sociedade reflita sobre isto.

Nelclier Marques é escritor, psicólogo e acadêmico de Direito PUC/GO (8º período)

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