29 de abr. de 2010

As vantagens da gripe suína


Até as enfermidades têm o seu lado positivo. Quando surgiu a gripe suína, vivemos verdadeiros momentos de pânico. A peste parecia alvejar indiscriminadamente. Todos nós ficamos inseguros, com medo, receosos. Um espirro de outra pessoa era sinal para levarmos a mão à boca imediatamente. Medidas foram tomadas e a população reagiu bem, pelo menos se saiu melhor que no caso da dengue, que beira a vergonha. Mas, estamos a discutir sobre a vantagem da gripe suína. Vantagem? Sim, ou você acha que usar álcool em gel não é um excelente padrão de comportamento? Quem é escravo desta vida moderna sabe a que me refiro. Imagina o tanto de gente que você tem que cumprimentar no trabalho. Até este comportamento está se tornando fora de moda. O que antes era educação está se tornando inconveniência. Um simples cumprimento verbal já está bastando, mas, se houver o contato físico, pode observar que, disfarçadamente, a pessoa logo dá um jeito de lambuzar a mão de álcool em gel e se “desinfetar”. Passamos a ter nojo de muita coisa. Outra grande vantagem é nos restaurantes. A correria para dar tempo de almoçar e descansar alguns segundos, fazia muita gente nem lavar as mãos e depois ter uma diarréia de matar. Onde estava a contaminação? Podia muito bem estar nas mãos do próprio cliente. A cultura do álcool em gel mudou muito isto. É bem mais prático, rápido e econômico. Ao invés de pegar fila até para ir ao banheiro ou lavado só para lavar as mãos, basta você dar uma dosada do álcool e esfregar, coisa bem mais eficiente. Econômica porque o dono do restaurante não terá que gastar com água, sabão líquido e toalha de papel. Ou seja, olhando por este quadrante, o álcool em gel é até ecologicamente correto. Sem contar a desagradável sensação que você tem quando se depara com as malditas lembranças que alguns porcos deixam nos banheiros, fora aquele odor insuportável. Enfim, existem vantagens a serem aferidas depois desta tsunami chamada gripe suína. É interessante que reflitamos sobre isto e que sejam ampliados estes comportamentos. O resultado é que teremos mais qualidade de vida e, acredite, seremos muito mais educados, coisa rara hoje em dia, pois a maioria acha que sozinho vai vencer na vida. É isto. A idéia deste artigo surgiu de uma conversa com meu amigo e colega de trabalho Carlos Alberto Jardim, “capitão” para os íntimos. Fico por aqui, muito obrigado pela atenção.

Nelclier Marques é psicólogo, acadêmico de Direito na PUC Goiás (7º período) e escritor

twitter.com/nelclier

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