3 de dez. de 2009
2 de dez. de 2009
1 de dez. de 2009
OS GASES DA VELHINHA
- DOUTOR, EU TENHO PROBLEMA COM GASES, MAS REALMENTE ISSO NÃO ME ABORRECE MUITO.
ELES NUNCA FEDEM E SEMPRE SÃO SILENCIOSOS.
EU VOU LHE DAR UM EXEMPLO CONCRETO: EU PEIDEI 20 VEZES, PELO MENOS, DESDE QUE ENTREI EM SEU CONSULTÓRIO.
APOSTO QUE VOCE NÃO SABIA QUE EU ESTAVA PEIDANDO PORQUE ELES NÃO FEDEM E SÃO SILENCIOSOS.
O MÉDICO APENAS DIZ:
- SEI, SEI... LEVE ESTAS PÍLULAS, TOME 4 VEZES AO DIA E VOLTE A SEMANA QUE VEM.
NA SEMANA SEGUINTE, A SENHORA REGRESSA.
- DOUTOR, EU NAO SEI QUE INFERNO DE REMÉDIO VOCE ME DEU, MAS AGORA MEUS PEIDOS, EMBORA AINDA CONTINUEM SILENCIOSOS, FEDEM TERRIVELMENTE.
- BOM SINAL, DIZ O DOUTOR.....
AGORA QUE CURAMOS SUA SINUSITE, E SEU OLFATO VOLTOU AO NORMAL, VAMOS CUIDAR DE SEU OUVIDO !!!
From Wulmar Filho
Joãozinho não perdoa...
- Joãozinho!!!
- Oi, fessôra... cê num morre tão cedo …
From Alex Medeiros
ARTIGO PUBLICADO - Trânsito: Gerson se deu mal
Trânsito: Gerson se deu mal
Sinal fechado e, mesmo assim, o carro dobra a esquina em alta velocidade e numa cantada de pneu desvia da mãe. Porém, tal guinada não foi suficiente para evitar o estrago que fez ao passar por cima do filho, que, inocentemente, sinalizava à mãe que o sinal verde para pedestre havia se iluminado, lição que acabara de ser instruído. Horrorizada, a mãe deu um grito que ecoou por toda a cidade. Atônito, o anti-herói Gerson, no uso cotidiano de sua lei, tentou empreender fuga, mas se viu cercado por uma multidão, que, sem dúvida, pretendia linchá-lo ali mesmo, para vingar a tragédia. Neste momento, raios de lembranças percorreram a mente de Gerson, um filme de toda a sua vida de corridas pelas ruas de Goiânia passou pela sua cabeça numa fração de segundo. Natural de quem vê a morte chegar, aqueles raios deixaram Gerson paralisado até a alma, viu que de nada adiantava furar sinal se a próxima esquina estava trancada, pois foi fácil de ser alcançado, preso atrás de outros carros. Só então percebeu que existe, mesmo de forma precária, um espaço de tempo que determina a luz de cada sinaleira. Fura aqui e tem que frear logo ali. Agora sim, entendeu que não morava sozinho na metrópole e que outros também eram parte daquele todo, inclusive aquela criança que matara ali. Ofegante e na iminência de ser espancado, o anti-social, desarmado de sua arma diária de guerra, apeado de seu carro, jogado ao chão feito um bicho, Gerson enxergou a sua insignificância, viu-se o fraco, a ameba que era. Quem sempre se pautou por levar vantagem em tudo, entendeu que a sociedade era desorganizada por sua culpa, que ele sim, ele mesmo Gerson, era um dos imbecis que contribuem para a bagunça que é o trânsito. Pensou em clamar a Deus por sua vida, tamanho era o arrependimento, mas não se achou merecedor, pois havia acabado atropelar e matar. Matara um ser humano, uma criança. Que situação se formara! Sua imprudência acabou fazendo vítima um infante. Não teve salvação, o menino estava ali, estirado, naquele pavimento escaldante. Um rio de sangue escorria daquele pequeno corpo inerte. De piloto profissional, imaginário e egoísta, Gerson se viu um assassino, um matador, um açougueiro de gente. Pensou no inferno. Assassino indefeso se tornara, afinal sempre agiu daquela forma e nunca se preocupou