A tensão é constante. A natureza sacode o planeta aqui e ali e ninguém sabe ao certo onde eclodirá o próximo terremoto ou qualquer catástrofe, consequência das alterações climáticas. Do lado social, temos toda espécie de circo de horrores sendo, inclusive, dada como show na tevê. Crianças sendo covardemente assassinadas por um maluco admirador de outro maluco. É a tal da vida moderna, onde, como se não bastassem os problemas normais, de repente, chega um projeto de terrorista e finaliza tudo. Esses cenários, reais e imaginários, são base para vários tipos de desarranjos mentais; fazem com que as pessoas pareçam baratas tontas: correm sem saber o rumo certo. Na verdade, já existe a consciência coletiva de que estamos todos expostos ao acaso. Nesse mundo cheio de tecnologias, ninguém sabe ao certo quem será o próximo alvo. Cria-se uma desconfiança geral, onde a vida humana, paradoxalmente, já está banalizada. Para piorar, some à salada acima a questão da droga. Agora é normal você sair para fazer até uma caminhada e encontrar vizinho fumando maconha e ainda lhe dando tchauzinho. “Abrir a mente.” Que mente? É o mundo da falta de valores. E olha que não estou tão velho assim para ficar sublinhando valores e referências. Nos meus 38 anos de existência, aprendi que aquilo que se aprende é base para mais aprendizado. A questão é que enquanto alguns poucos notáveis estão se debruçando para resolver certos problemas, o restante da população está em polvorosa e muitos outros estão é catalisando a catástrofe, ou seja, estão acelerando as calamidades. Não existe, mas devia haver um pedal de freio no mundo para que pudéssemos organizar esta bagunça e redefinir papéis. Pois, do jeito que as coisas estão, a tendência é só se recrudescer. Adie um problema, mas saiba que a solução também será adiada. O pior é que muitos problemas só se agravam com o tempo e isto é fato. Alguns são até irreversíveis, como em certos casos da natureza. Já não adianta querer tapar o sol com a peneira. Os problemas, como um todo, estão cada vez mais evidentes e isto, por óbvio, afeta a mente das pessoas, o lado psicológico. Do jeito que está caminhando a sociedade, logo teremos uma geração de completos idiotas, paranóicos. Um dos reflexos disto é a lassidão das autoridades competentes em relação às drogas, veículo de fuga até para muitos “doutores”. Fala-se em coibir, precaver, mas a realidade destoa. O mundo está à beira de um colapso nervoso e é preciso que mais pessoas se conscientizem disto. Salvar o planeta já não é só assunto de cientistas, artistas ou intelectuais, é papel de todos nós. O assunto deve ser tratado de maneira sistêmica, ou seja, como um todo, não há como desvincular a teia que se tornou indivíduo, natureza e sociedade. Exemplos só não bastam, pois, a uma mente despreparada, exemplos só fazem complicar a teoria e afastar a prática. Já ouvi várias pessoas relatarem que se sentem neste mundo como se estivessem sentadas numa bomba prestes a explodir. Essa sensação de incapacidade perante os problemas reais e psicológicos não dão sustentação a uma personalidade normal. Nota-se a fuga em massa, cada um pensando apenas no próprio umbigo, fora os que nem pensam no próprio umbigo. É cada um por si e o resto que se exploda. Digo-lhes: isto é um equívoco tremendo, pois somos seres que dependem um do outro, nossas relações se completam. A vida humana está cada vez mais descartável, portanto, se ninguém começar a respeitar e dar valor ao semelhante, não será difícil imaginar um mundo cão logo em breve. Não trago mazelas e nem complicações. Apenas reflito sobre os antagonismos que observo. A vida urge. Trate de viver com qualidade, pois a festa pode acabar a qualquer momento.
NELCLIER MARTINS MARQUES é Psicólogo e graduando em Direito PUCGO 9º período.
TWITTER: @NELCLIER
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