21 de mar. de 2011

O amor é à prova de tudo



Falar em amor num mundo de aparências e interesses financeiros é quase piada. Algumas pessoas se determinam apenas pela ganância. Romantismo é coisa do passado, é coisa de fresco. As pessoas se ligam hoje por interesses inescrupulosos. Fico com ela porque vai me render algo e vice-versa. Ela fica na casa dela e eu na minha. A gente se encontra quando tudo estiver de boa e depois cada um cai para o seu canto. Gravidez não é problema porque temos os nossos métodos e se engravidar tem aborto. Esta é a vida de muitos, é o que a sociedade impõe à maioria. Vivem praticamente juntos, mas não se completam. Vivem de aparências, mas não têm essência. A vida amorosa está se tornando um mercado de ações. Claro que nem todos pensam assim e ainda há, graças a Deus, os que são românticos. Por óbvio, não existe aquela figura antiga do “fugir e sermos felizes longe daqui”. Hoje todos os mitos sexuais estão sendo quebrados. Agora é normal as pessoas se casarem mais velhas e projetarem os filhos. É normal a diferença de idade no casal: 15, 20, 30 anos, não importa. É a modernidade em ação. Mas a vida não pára e temos os nossos compromissos. Uns buscam profissões, outros colocam o órgão sexual a juro. Porém, há que se ter cuidado. Se você buscar muito a perfeição, poderá ser acusado justamente do contrário. Então, estamos num universo em que fingir vale mil vezes mais que ser. Vivemos esta onda de falta de referência. Cada um chega e fala o que quer, mas não garante o direito de resposta, acusa levianamente. Fala pelas costas e banca o amigo pela frente. É o desabafo virando sentença, um atropelamento moral. Um mal entendido se desfaz quando impera a retidão. Porém, infelizmente, há os que se dedicam ao lado negro da vida, não têm escrúpulos, assacam contra a idoneidade alheia sem pestanejar. Não têm hombridade de falar olho a olho, esquivam-se sempre de uma acareação com a verdade. Depois não entendem porque suas vidas são vazias. Há que buscar sim o dinheiro, pois ele é condição mínima de se viver em sociedade dignamente; porém, há que buscá-lo de forma honesta. E, o mais importante, até por uma questão de sanidade mental, há que se buscar o amor. Quem ama de verdade não se deixa convencer por achismos dos outros. Quem vive dando conselhos, no fundo, faz é desabafar seus problemas, sua subjetividade. Conselho é faca de dois gumes: aquilo que você tem dentro de si é o que importa e só você tem acesso a isto. Portanto, não tenha vergonha, deixe seu coração amar. Sucesso na vida é consequência de seu comportamento, de sua dedicação e até de certos sacrifícios. Aquilo que foi ganhado ou herdado não pode ser considerado êxito. O que tem valor é construído. Viver é uma construção infinita, que precisa de muita arquitetura e engenharia, pois reparos são feitos o tempo todo. É preciso muita política e jogo de cintura nas relações familiares. Em muitos casos, família mais atrapalha que ajuda. É preciso muita medicina para tantas feridas. Conviver está se tornando algo cada vez mais complicado. Então, nada melhor que cuidar da própria vida, como manda o figurino, e deixar que cada um se determine de acordo com sua opinião e sentimento. Dinheiro não é tudo, é apenas um ponto de partida. Quem vive só em função do dinheiro passa a vida sendo pobre de espírito. Quem ama jamais se mete a deter o amor. Quem ama vive para apenas uma pessoa. Quem ama se dedica, discute, suporta, melhora, espera. E quem disse que amor é só um casal feliz? Isto é fachada, nada mais. A vida tem seus altos e baixos e o que se passa entre quatro paredes, debaixo dos lençóis, só os dois sabem. Daí que vem o ditado: em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher. Brigam na rua e depois se amam apaixonadamente. O coração não tem manual. É isto. E quem não vive feliz de verdade que se oriente.



Nelclier Martins Marques


Psicólogo e acadêmico do 9º período de Direito PUCGO


TWITTER.COM/NELCLIER

4 comentários:

  1. Parabéns voltou a postar .Apareça para lembrarmos os velhos tempos.

    ResponderExcluir
  2. Mt obrigado, dileto amigo! O tempo me consome no Direito. Espero revê-los em breve. Abração.

    ResponderExcluir
  3. Pela oportunidade de acessar e ler um ótimo texto - parabéns e obrigada.
    E, caso se sinta e pense em conformidade com ele, no que é a sua verdade, tendo permitido o livre acesso a essa fração de interior - agradeço, imensamente, por sua doação de "humanidade".

    ResponderExcluir

Pesquisa rápida no blog