10 de abr. de 2011

Procura-se um vereador

Sei que política é conversa chata e estressante para alguns, mas não devemos dar tudo de bandeja aos nossos representantes. Talvez valha a pena discutir este assunto. As eleições municipais estão chegando. Nas ruas poucos movimentos são percebidos, porém, nos partidos políticos a agitação já parece formigueiro. É sempre assim: um ano tem eleição e no outro tem articulação. Na verdade, o mundo político não pára nunca. Há que se observar neste momento, querido eleitor, a instância mais importante da representação política: a vereança. Ao contrário do que se pode imaginar, o universo político começa é com o vereador ou também conhecido como edil. Como se diz nos bastidores: é no município onde mora o cidadão. Claro, também, é no município onde estão as maiores demandas que deveriam ser atendidas pelos que se arvoram nesta odisséia chamada política. Tem prefeitura que está quase pedindo esmola. Depois da Lei de Responsabilidade Fiscal, ser prefeito exige um rebolado muito grande, tanto frente ao governo estadual, quanto ao governo federal. Há que se ter projetos bem feitos e toda sorte de padrinhos. Aqui uma máxima da Economia é sentida diariamente: escassez de recursos versus infinidade de demandas. Prefeito hoje vive passando o chapéu em todo lugar que pode. Então, nesse encontro entre povo e representação política aparece a figura do sempre “prestativo” vereador, aquele que não perde um velório ou uma festa de aniversário. Aparentemente, dependendo da cidade, ser vereador não é lá grande coisa. Porém, um grupo de vereadores mal intencionado pode detonar qualquer governo municipal. Isto se traduz em dor de cabeça para quem estiver à frente do Executivo, no caso, o prefeito. Lógico, o reflexo desse impasse será sentido por toda a cidade. Portanto, esta é a hora mais que oportuna de você, leitor, fazer um balanço de como o seu vereador retribuiu o seu voto. Caso se lembre em quem votou, pois tem gente que nem se lembra disto, faça uma análise rigorosa se valeu a pena assinar esse verdadeiro cheque em branco. Você sabe quanto ganha um vereador? Com o seu voto, se seu candidato foi eleito, garantiu-se a ele, no mínimo, excelente salário durante quatro anos. Agora é a sua vez de cobrar a fatura. Esse vereador foi fiel às propostas que fez? Esse vereador fez jus à expectativa que criou? Lembre-se que o município é o foco maior do objetivo político. Os políticos da sua cidade fizeram um bom trabalho ou só pensaram neles mesmos? Um vereador corrupto pode corromper a maioria dos colegas e condenar toda uma cidade. É a tal maçã podre que contamina a caixa inteira. De repente, quem sabe, está na hora de renovar toda a Câmara de Vereadores e também a equipe da Prefeitura. Democracia é isto, não dá conta, passa o bastão. Aliás, você sabe onde sequer fica localizada a Câmara Municipal da sua cidade, aquele confortável lugar onde trabalham os vereadores? Se isto não lhe interessa, saiba que os desmandos políticos nascem exatamente aqui. Comece a se inteirar do assunto. Faça um esforço, exerça cidadania, viste sua Câmara e sua Prefeitura. Busque os líderes partidários da sua cidade, procure informações. Não sirva de mula a vida inteira, talvez sua liderança seja suficiente até para elegê-lo. Detalhe: há que se filiar a um partido político no mínimo um ano antes das eleições. Quem sabe este singelo artigo sirva de inspiração para conhecermos um político que estava dormindo em você. Pensa nisto e ajuda a construir uma cidade, e, por conseguinte, um Estado e uma Nação, melhores para todos.



NELCLIER MARTINS MARQUES é Psicólogo e Acadêmico de Direito PUCGO 9º período

22 de mar. de 2011

Tudo é finito

A vida é uma construção eterna, nada está por completo, é um vir a ser inacabável.

A própria vida é finita e , quando menos esperamos, tudo se desfaz.

De repente, tudo finda, tudo acaba, tudo se torna nada.

Viver é um castelo de ilusões.

Logo o mar de rosas mostra seus espinhos.

Por Nelclier Marques

21 de mar. de 2011

O amor é à prova de tudo



Falar em amor num mundo de aparências e interesses financeiros é quase piada. Algumas pessoas se determinam apenas pela ganância. Romantismo é coisa do passado, é coisa de fresco. As pessoas se ligam hoje por interesses inescrupulosos. Fico com ela porque vai me render algo e vice-versa. Ela fica na casa dela e eu na minha. A gente se encontra quando tudo estiver de boa e depois cada um cai para o seu canto. Gravidez não é problema porque temos os nossos métodos e se engravidar tem aborto. Esta é a vida de muitos, é o que a sociedade impõe à maioria. Vivem praticamente juntos, mas não se completam. Vivem de aparências, mas não têm essência. A vida amorosa está se tornando um mercado de ações. Claro que nem todos pensam assim e ainda há, graças a Deus, os que são românticos. Por óbvio, não existe aquela figura antiga do “fugir e sermos felizes longe daqui”. Hoje todos os mitos sexuais estão sendo quebrados. Agora é normal as pessoas se casarem mais velhas e projetarem os filhos. É normal a diferença de idade no casal: 15, 20, 30 anos, não importa. É a modernidade em ação. Mas a vida não pára e temos os nossos compromissos. Uns buscam profissões, outros colocam o órgão sexual a juro. Porém, há que se ter cuidado. Se você buscar muito a perfeição, poderá ser acusado justamente do contrário. Então, estamos num universo em que fingir vale mil vezes mais que ser. Vivemos esta onda de falta de referência. Cada um chega e fala o que quer, mas não garante o direito de resposta, acusa levianamente. Fala pelas costas e banca o amigo pela frente. É o desabafo virando sentença, um atropelamento moral. Um mal entendido se desfaz quando impera a retidão. Porém, infelizmente, há os que se dedicam ao lado negro da vida, não têm escrúpulos, assacam contra a idoneidade alheia sem pestanejar. Não têm hombridade de falar olho a olho, esquivam-se sempre de uma acareação com a verdade. Depois não entendem porque suas vidas são vazias. Há que buscar sim o dinheiro, pois ele é condição mínima de se viver em sociedade dignamente; porém, há que buscá-lo de forma honesta. E, o mais importante, até por uma questão de sanidade mental, há que se buscar o amor. Quem ama de verdade não se deixa convencer por achismos dos outros. Quem vive dando conselhos, no fundo, faz é desabafar seus problemas, sua subjetividade. Conselho é faca de dois gumes: aquilo que você tem dentro de si é o que importa e só você tem acesso a isto. Portanto, não tenha vergonha, deixe seu coração amar. Sucesso na vida é consequência de seu comportamento, de sua dedicação e até de certos sacrifícios. Aquilo que foi ganhado ou herdado não pode ser considerado êxito. O que tem valor é construído. Viver é uma construção infinita, que precisa de muita arquitetura e engenharia, pois reparos são feitos o tempo todo. É preciso muita política e jogo de cintura nas relações familiares. Em muitos casos, família mais atrapalha que ajuda. É preciso muita medicina para tantas feridas. Conviver está se tornando algo cada vez mais complicado. Então, nada melhor que cuidar da própria vida, como manda o figurino, e deixar que cada um se determine de acordo com sua opinião e sentimento. Dinheiro não é tudo, é apenas um ponto de partida. Quem vive só em função do dinheiro passa a vida sendo pobre de espírito. Quem ama jamais se mete a deter o amor. Quem ama vive para apenas uma pessoa. Quem ama se dedica, discute, suporta, melhora, espera. E quem disse que amor é só um casal feliz? Isto é fachada, nada mais. A vida tem seus altos e baixos e o que se passa entre quatro paredes, debaixo dos lençóis, só os dois sabem. Daí que vem o ditado: em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher. Brigam na rua e depois se amam apaixonadamente. O coração não tem manual. É isto. E quem não vive feliz de verdade que se oriente.



Nelclier Martins Marques


Psicólogo e acadêmico do 9º período de Direito PUCGO


TWITTER.COM/NELCLIER

11 de fev. de 2011

A força de um coice

Ensina ao burro a força de um coice e não se surpreenda se ele quiser testar esta força em você, afinal, trata-se de um asno. Os vaidosos, os fracos de espírito, perdem muito tempo quando alcançam o poder. Já vi esse filme várias vezes. Falta-lhes a sintonia com a realidade, os pés no chão. Viviam obstinados e quando alcançam o topo ainda terão de lidar com as fraquezas que lhes acompanhavam antes. Esta hora requer muita perícia, pois muitos se tornam Nero e, literalmente, incendeiam, matam queimados, os próprios aliados. De outro modo, seriam pessoas normais, comuns, medíocres, sonsas, bois de carro. O que nos move são os nossos desejos e ambições. Uns querem ser reis. Outros querem é tomar o seu lugar, o seu singelo posto. Há os que não querem é ter problema, dizem não querer nada, tudo lhes é coisa do destino, querem a paz e estão dispostos a pagar com as próprias vidas e de seus pares para não ter que mover uma palha. A ciranda da vida é assim: esta roda-gigante, uma espécie de roleta-russa tamanho godzila. Fato: não deixa a incompetência alheia se mesclar à sua. Você ensina o caminho, lista onde estão as pedras a serem desviadas, mostra os buracos, as armadilhas, profere palavras de motivação e, quando menos espera, a espada encontra a sua garganta. Os fracos não suportam ouvir a verdade por muito tempo. O cavalo não se importa de andar arreado o dia inteiro, ele só não quer ouvir prosopopéias. Se quer vencer na vida, cuide de seu avatar. Se lhe encorajei inúmeras vezes é porque sempre reconheci o seu valor e a sua força. Pois sei que a vida é um desafio constante e quando você se prepara, a luta diária, a realidade, é um doce passeio e não uma tormenta, arrependimento de muitos. Não tenha medo de querer e muito menos de sonhar, apenas cuide para estar apto a realizar seus sonhos. O que vem de graça pode ser muito perigoso. Identifique-se para você mesmo. Não adianta majorar valores que você não tem. É fato também: mesmo tendo algum valor, a sociedade costuma é reduzi-lo. Não banque, portanto, o palhaço, o bobo da roda, pois se você se gaba do que não é, ao dar as costas, as pessoas vão rir, achincalhar e fazer zoada. E, convenhamos, merecidamente. Aliás, esse tipo de gente que se gaba do que não é vive entre nós. Se olhar mais atentamente irá descobrir inúmeros casos de caveiras que posam o tempo inteiro fingindo ser algo que não são. Esses ditos-cujos são doentes mentais, possuem transtornos. Mentem tanto que acreditam na própria mentira. Vivem num mundo de fantasias e, muitas vezes, o melhor a fazer é manter distância, senão você acaba sendo avalista dessas mentiras, dessas pragas, ou, pior, acaba sendo vítima. Conheço figura que se diz amigo do cocheiro ao rei, mas nunca vi ninguém fazendo festa quando o vê. Mas suas estórias são verdadeiras epopéias. Narra já ter viajando na carruagem real. Mais que isto, diz ter salvado o rei inúmeras vezes de monstros de sete e dez cabeças. Fuja disto, a vida é outra coisa. Esses apaixonados só sabem falar de si. Ficam o tempo todo contando “suas” sagas da forma mais extensa possível. Querem chamar a atenção a qualquer custo. São chatos, arrogantes, mentirosos, vaidosos, inoportunos e, o mais tenso, são vazios completamente. Deles você só aprenderá uma coisa, conforme diz o ditado: quem anda com cão, sai cheio de pulgas. Voltando ao leito do rio. Talvez os outros não saibam o quanto lhe admiro e o quanto acredito em você. Talvez só viam quando eu lhe cobrava para agir. Daí, claro e fácil, tornei-me um algoz. E você, na sua fraqueza, não me defendeu, muito pelo contrário, “desabafou” e me culpou de tudo. Não vê os avanços que já conquistou. Não guardou a foto do ANTES e nem percebe esse DEPOIS que vive agora. É muito fácil descartar o veículo que lhe conduziu até aqui. Lembra-se: ao tolo só lhe resta invejar ou ser claque, que é a forma mais falsa de “admiração”. Jamais despreze a força do burro.

(Telefone tocou e perdi a linha do raciocínio, mas o grosso já foi dito. Talvez eu volte nesse quartel.)

NELCLIER, aquele que tem hora que pensa... piiiiii...

29 de out. de 2010

Política: uma faca de vários gumes

Eleição é sempre uma oportunidade ímpar para que a população possa ver o que realmente é o meio político. Não falo da propaganda em si, mas das articulações, dos bastidores, dos conchavos. Isto parece retórica política, mas, mesmo sendo bastante óbvio, a maioria das pessoas, simplesmente, não enxerga esses meandros. A estampa frágil de muitos candidatos cai por terra quando a possibilidade de, literalmente, rodar numa eleição fica evidente. No primeiro turno, os proporcionais, candidatos a deputados, são irmãos de fé e trabalho. Mas, quando se é real um segundo turno a coisa muda totalmente de figura. Uns se tornam mais irmãos, claro, já outros literalmente metem a faca no pescoço, é a antecipação do jogo das assembléias, querem a gaita antes de qualquer ação. Há ainda os que apostam no quanto pior, melhor, pensam que terão mais prestígio se o executivo, governador ou presidente, for adversário, pois assim poderão extorquir à vontade. Aliás, extorquir é um expediente comum e corrente nos subterrâneos políticos. Nesta eleição, eu teria errado qualquer previsão. Aliás, acho que nem aquele polvo chato da Copa do Mundo, o Paul, daria uma dentro. Quanta inversão de papéis, quanto desatino aqui e ali. E nas ruas a resposta é de doer, a apatia é grande, nota-se isto com a raríssima quantidade de carros adesivados. Na verdade, destes poucos que se mostram defendendo bandeira, aposto que é de gente ligada a interesses próprios e não espontaneamente. Do jeito que a coisa está andando, acredito que logo teremos campanhas apenas midiáticas, principalmente pela tevê e internet. As famílias, os amigos, se comunicarão por e-mail sobre o tema, cada um querendo exibir uma piadinha ou um vídeo mais picante que o outro. E na mesa de jantar, que já quase não existe, ninguém terá coragem de estragar o apetite tocando no assunto. Meu Deus, que lástima! Isto é o caos se alastrando geral. É a mesma coisa de cada um correr para pegar um assento, uma poltrona, e que o piloto do avião seja quem ganhar a queda de braços, quem souber xingar mais. Estou besta com esta campanha. Tomara que a população tome atitude e mude esse jeito acanhado e alienado nas decisões mais importantes. Lembrem a todos que são os políticos que definem o norte das nossas vidas, é deles que saem as leis, os impostos etc. Como que não se enxerga isto? Ainda dá tempo de pesquisar e votar consciente. Que acessem os sites dos candidatos, vejam suas biografias, comparem e exerçam sua cidadania de forma plena. Na verdade, não elegemos uma pessoa somente, elegemos um colegiado, uma equipe, um pensamento que se traduz em um nome, mas que tem várias mentes dando sustentação. Se você votar errado, poderá ressuscitar monstros que estavam hibernando. Vamos juntos pensar de forma coerente. Que possamos votar em quem seja bom para o povo, o cidadão, tanto a nível estadual, quanto federal. Vote em quem seja do bem! Viva a democracia!

Nelclier Marques é psicólogo, advogado em formação pela PUCGO (8º período), escritor e humorista. TWITTER: @NELCLIER

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